Agosto | 2021

Espiral duplo, obedecendo ao padrão de Fibonacci, é encontrado nas sementes de girassol

Assinatura misteriosa

Sidney Fernandes

1948@uol.com.br

“A matemática é o alfabeto no qual Deus escreveu o Universo” — Galileu Galilei

 

Os elementos fundamentais da vida são produzidos e trocados pelas células, sob a coordenação de um software que, segundo alguns cientistas, não pode estar localizado dentro do corpo humano, porquanto este está sujeito a constantes mutações.

O ácido desoxirribonucleico ou ADN (DNA) é um composto orgânico contendo seis bilhões de informações genéticas que definem as características dos seres vivos, condensadas numa estrutura microscópica extremamente eficiente.

As asas de uma borboleta, as ramificações de uma árvore, o formato da concha náutilo, os hexágonos da casca de um abacaxi, as sementes do girassol e múltiplos outros detalhes da natureza, assim como as medidas do corpo, o formato da orelha e o rodamoinho do cabelo humano, e ainda as nuvens de um furacão, as estrelas das galáxias e as ondas do mar — tudo segue um padrão lógico, geométrico e perfeito.

O que há de comum nessas afirmativas? O desconhecimento humano.

No entanto, um número cada vez maior de cientistas, ao se debruçarem sobre a origem e a complexidade da vida, começam a cogitar das evidências de que um ser superior deixou sua assinatura em sua obra. O padrão que se repete, por si mesmo, deixa claro que um arquiteto pensou, planejou e executou o Universo como observamos.

Será que necessitaremos dos primores de cultura e inteligência para conceber a solução desse enigma? Precisaremos recorrer aos antigos sábios da Grécia ou da Índia, ou ainda à espiral de Leonardo Fibonacci, para entender a origem da vida?

Melhor ficarmos com o Espírito Meimei, em Ideias e Ilustrações:

Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:

— Por que oras com tamanha fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:

— Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.

— Como assim? — indagou o chefe, admirado.

O servo humilde explicou-se:

— Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?

— Pela letra.

— Quando o senhor recebe uma joia, como é que se informa quanto ao autor dela?

— Pela marca do ourives.

O empregado sorriu e acrescentou:

— Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?

— Pelos rastos — respondeu o chefe, surpreendido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:

— Senhor, aqueles sinais lá em cima não podem ser dos homens!

Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.

***

Começamos este texto relacionando algumas afirmativas cujas causas não podem ser atribuídas à inteligência humana. Parafraseando Allan Kardec em Obras Póstumas, poderíamos afirmar que, se as causas não estão na humanidade, por ser esta impotente para produzi-las, ou sequer para entendê-las, temos de chegar à incontestável conclusão de que elas estão acima da humanidade.

Os efeitos que relacionamos não se produziram ao acaso. Deus não joga dados — já afirmava Einstein.

Em Obras Póstumas, ensinou Allan Kardec: Desde a organização do mais pequenino inseto e da mais insignificante semente, até a lei que rege os mundos que circulam no Espaço, tudo atesta uma ideia diretora, uma combinação, uma previdência, uma solicitude que ultrapassam todas as combinações humanas. A causa é, pois, soberanamente inteligente.

O Espiritismo nos ensina com clareza definitiva, em O Livro dos Espíritos (questão 4), como encontrar a prova de Deus:

Num axioma que aplicais às vossas ciências — esclarecem os Espíritos. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.

Por todos os cantos do Universo encontramos a divina assinatura do Ser Supremo que nos criou. Além da origem, a sustentabilidade dos mundos é mantida pela ordem celeste, a que somos convidados a participar, cooperando para que sejam cumpridas as leis divinas.

Continuarão afirmando os materialistas que a vida teria surgido espontaneamente a partir das leis da Física, concebendo que a própria matéria teria capacidade organizadora. Esquecem-se, no entanto, esses cientistas, de que alguém precisou criar as leis da Física.

Fiquemos com Emmanuel:

Em todos os reinos da natureza palpita a vibração de Deus, como o Verbo Divino da Criação Infinita, e, no quadro sem-fim do trabalho da experiência, todos os princípios, como todos os indivíduos, catalogam os seus valores e aquisições sagradas para a vida imortal.

Sabemos que a aglutinação molecular, bem como o motor transcendente do mundo, obedeceu ao sopro gerador da vida, oriundo do Todo-Poderoso e lançado sobre o infinito da criação universal; contudo, achamo-nos ainda na situação do aluno que encontrou a escola já edificada, cabendo-nos louvar e buscar, pelo trabalho e pelo aperfeiçoamento, o seu Divino Autor.

agosto | 2021

MATÉRIA DE CAPA

O Clarim – agosto/2021

De uma concha de caracol ao Universo existe um padrão lógico e perfeito

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