Cairbar Schutel: um comunicador por excelência!
Rogério Coelho
rcoelho47@yahoo.com.br
Ele fazia também da caridade a prioridade de sua vida abnegada
Não é raro, vez por outra, ouvirmos dentro dos arraiais espiritistas a célebre pergunta: “Qual é a minha missão?!”
Será que – porventura – já leram esses as questões 919a e 573 de O Livro dos Espíritos? Ali, os Espíritos nos informam de maneira muito explícita nosso dever, ou seja, nossa missão impostergável:
“Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as instituições, por meios diretos e materiais. (...) Cada um tem neste mundo a sua missão porque todos podem ter alguma utilidade.” (573)
Recordemos, porém, que – segundo Emmanuel – “Divulgar o Espiritismo é a maior caridade que podemos lhe fazer”.
Os nobres Amigos Espirituais, afirmam que foi com essa finalidade (divulgação) que nos enviaram O Livro dos Espíritos.
Não sem motivos, Yvonne do Amaral Pereira disse: “O Espiritismo é a resposta do Céu ao desespero humano e à ignorância. Recusar o oferecimento desse pábulo sagrado a quem quer que seja constitui sério e indesculpável equívoco que cobrará alto preço.”
Pois bem! Cairbar Schutel deixou um legado precioso sobre o que é a missão do Espírito encarnado, vez que foi um comunicador por excelência, um distribuidor incansável e impertérrito desse pábulo referido por Yvonne.
Estudando as características singulares desse abnegado Espírito, nosso confrade Orson Peter Carrara escreveu:
“(...) O esforço empreendido pelo notável Cairbar Schutel, em Matão, na divulgação do Espiritismo, deixou clara sua posição de grande comunicador.
“Tomando conhecimento dos ensinos trazidos pelo Espiritismo, o moço que viera do Rio de Janeiro e se instalara no pequeno município paulista que ele mesmo auxiliara emancipar-se politicamente, não teve dúvidas: lançou-se de corpo e alma para que tais ensinos se tornassem conhecidos e pudessem beneficiar mais e mais pessoas.
“A partir da fundação de um centro espírita e de um jornal (O Clarim) que já é centenário, sua atuação extrapolou os limites da então pequena Matão, projetando-se através das décadas para o cenário internacional, principalmente após o surgimento de sua querida RIE, fundada em 1925.
“Da distribuição avulsa pelas ruas da cidade, nos trens de passageiros, na remessa a cidades vizinhas e na postagem que se ampliou gradativamente para todo o Brasil, o pequeno jornal foi um farol a despertar consciências adormecidas para a realidade da imortalidade da alma, da pluralidade da existência e da comunicabilidade dos espíritos, entre outros princípios da Doutrina Espírita.
“Vale acentuar que, em 1905, quando Schutel iniciou seu apostolado, sua idade era de apenas 36 anos. Durante os próximos 33 anos, de 1905 a 1938, dedicou sua vida completamente à divulgação e à vivência do Espiritismo.
“É importante destacar também o aspecto de vivência. Afinal ele foi um autêntico cristão, nunca desprezando ou ignorando quem quer que o buscasse. Jamais teve atitudes de indiferença ou discriminação quanto aos pobres e necessitados que o procuravam em busca de consolo moral ou em busca do socorro material.
“Mas sua grande marca foi mesmo o de comunicador!
“Além dos periódicos que publicou, dos livros que escreveu, das palestras proferidas, do incentivo doutrinário distribuído, ele igualmente influenciou expressivamente toda uma geração de espíritas.”
Assim, pelo seu centenário e meio, e pelos serviços prestados à humanidade, onde quer que se encontre, possa esse valoroso batalhador da causa espiritista receber nossas mais cariciosas vibrações de amor e de paz e pelo muito que realizou em favor de todos nós o nosso: muito obrigado!
setembro | 2018
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Capítulo III: perseguição, convicção e prosperidade
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