Julho | 2019

Cidadão espírita

Bessa de Carvalho |

bessadecarvalho@gmail.com

Ser espírita é adotar uma nova postura de vida e um novo proceder com as pessoas que se convive.

 

“... Aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu também o reconhecerei e confessarei diante do meu Pai que está nos céus: – e aquele que me renegar diante dos homens, também eu o renegarei diante do meu Pai que está nos céus. (S. Mateus, 10:32 e 33)” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIV, item 15 e 16)

Dois amigos espíritas assistem a uma reportagem na televisão e um deles comenta:

– Olha só, João! Olha, só! Veja o que fez aquele cara: matou a namorada e depois tentou se suicidar. Fala sério, né! Tinha que apodrecer na prisão ou ser “fritado” pela polícia. Se fosse minha filha já estaria morto.

Trata-se de uma reação normal para um cidadão indignado. Mas sendo ele um cidadão espírita, será que ele pode ser uma pessoa comum na sociedade? Sabe-se que o espírita vota, paga os seus impostos e participa ativamente da comunidade onde vive. Ele tem o direito de opinar sobre tudo o que acontece à sua volta. Necessita ser participativo para que a própria sociedade evolua como um organismo vivo, capaz de se reinventar e progredir. Mas e a sua postura diante das aflições que surgem no dia a dia? Como proceder perante todos esses eventos de violência, corrupção, falcatruas, libertinagem e outros que vão de encontro não somente às leis civis, mas principalmente às leis de Deus?

Bem, esses questionamentos existem para nos sensibilizar como pessoas que possuem um compromisso com a ética espírita. Desde o momento que tomamos consciência da diretriz espírita, onde o código moral de Jesus contido no Evangelho nos orienta a seguir um rumo diferente em nossas vidas, o homem velho fica para trás e nasce um homem novo. Devemos refletir sobre o que falamos e fazemos. Não que um espírita não possa comentar temas socialmente complexos e opinar sobre tal ou tal fato ocorrido; não que não possa cometer erros; não que não possa possuir defeitos, mas ser espírita é adotar uma nova postura de vida e um novo proceder com as pessoas que se convive. Por isso, como cidadão espírita, deve-se observar que a nossa sociedade necessita de iniciativas novas diante das aflições que a cercam, para que se possa contribuir com maneiras que permitam identificar situações difíceis e adotar uma postura mais coerente com a ética. Por que, antes de se manifestar impetuosamente sobre certa situação que está a ocorrer, não busca o exercício do silêncio e da reflexão sobre o que vai falar?

O cuidado em pensar e expressar através de palavras as suas ideias revela o verdadeiro espírita comprometido com a sua reforma íntima e empenhado na educação dos seus sentimentos, trabalhando como um ourives, um artesão dos valores morais da alma. O primeiro compromisso que possui com a ética aprendida é consigo mesmo, e posteriormente com aqueles que o cercam. O que se espera de um cidadão espírita é o exemplo que arrasta multidões.

agosto | 2017

MATÉRIA DE CAPA

O Clarim – agosto/2017

Sua postura perante a sociedade não deve ser gratuitamente agressiva; deve, sim, ser compreensivo, orientar e educar pelo exemplo.

Lista completa de matérias

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 Brandos e pacíficos

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 Cidadão espírita

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