Maio | 2024

Jesus aparece a dois discípulos a caminho de Emaús (parte 2)

Emídio Brasileiro

emidio@cultura.trd.br

O Mestre falava especialmente aos corações com o objetivo de consolar com o amor, esclarecer com a verdade e libertar com o perdão

 

Ao chegarem a Emaús, os discípulos viram Jesus demonstrar que continuaria a caminhada e insistiram para que ele pernoitasse, porque era tarde e a noite se aproximava.

É provável que a casa onde os discípulos adentraram fosse de propriedade de um deles. Não parece que o lugar fosse uma hospedaria ou que pertencesse a outrem.

O Mestre aceitou o convite, esteve à mesa e foi convidado a distribuir o pão, o que era atribuição honrosa, geralmente confiada ao dono da casa, o que demonstra o respeito e a simpatia que o desconhecido peregrino causou aos seus interlocutores e anfitriões.

Quando Jesus abençoou, partiu e distribuiu o pão a eles, mudou a sua forma perispirítica e revelou a sua identidade.

Logo que reconheceram o Mestre, foram surpreendidos com o seu desaparecimento.

Diante desse fenômeno, os discípulos refletiram a respeito da emoção que sentiram durante a explanação de Jesus pelo caminho. O Mestre falava especialmente aos corações com o objetivo de consolar com o amor, esclarecer com a verdade e libertar com o perdão.

Imediatamente, os dois discípulos foram a Jerusalém para contar aos onze apóstolos a respeito desse encontro admirável. Ambos foram anunciar a ressurreição do Senhor como mensageiros da Boa Nova. Eles saíram de Jerusalém tristes e desolados, e retornaram comovidos e jubilosos. Ademais, não se pode afirmar que os discípulos de Emaús encontraram os apóstolos no mesmo dia, mas no dia seguinte ou numa ocasião em que todos estavam reunidos.

Alguns apóstolos acreditaram nos relatos dos discípulos de Emaús e ainda acrescentaram que o Mestre aparecera a Simão Pedro. Outros, porém, permaneceram incrédulos diante das narrativas quanto ao ressurgimento de Jesus; provavelmente, o apóstolo Tomé fez parte desse grupo.

Jesus apareceu a Pedro depois da visita que fizera ao sepulcro juntamente com João. Não deve ter sido uma aparição simples. Jesus não apareceria a Pedro sem que houvesse um diálogo.

No momento apropriado, Jesus nos distribuirá o Pão da Vida para sentirmos o “coração arder” de júbilo e de felicidade

Do mesmo modo que conversou com Maria Madalena, com as outras mulheres e com os discípulos de Emaús, também deve ter orientado Pedro a respeito de assuntos que os Evangelhos não relatam, por recomendação do próprio Cristo. Por isto, os discípulos afirmaram: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”.

O ressurgimento de que trata esta afirmativa não diz respeito a quem aparece e imediatamente desaparece, e sim de quem aparece e estabelece contato mais próximo.

O Divino Messias apareceu a Cléofas e ao outro discípulo para, mais uma vez, confirmar a profecia e demonstrar que muitos podem aparecer em nossos caminhos necessitados de fé, de acolhimento e de esperança, porquanto são enviados do Pai que nos fortalecem a existência através da caridade. Por intermédio desses, Jesus pode aparecer em nossos caminhos com diversas roupagens.

Acreditemos firmemente na constante assistência amorosa e sábia do Grande Rabi. No momento apropriado, Jesus nos distribuirá o Pão da Vida para sentirmos o “coração arder” de júbilo e de felicidade. Depois disso, nos apressemos a levar aos nossos irmãos a Boa Nova da Esperança. Não importa a incredulidade do incauto, que um dia haverá de reconhecer e de aceitar a verdade inconteste.

Conheçamos e estudemos as Escrituras tal qual fez Jesus para esclarecer aos irmãos do caminho a respeito das verdades eternas.

O Mestre demonstrou perfeita sabedoria, mas também incomensurável conhecimento acerca do que lhe interessava para ensinar a respeito do trabalho e da vontade de Deus.

Quando sairmos da Emaús do mundo partiremos, em definitivo, para a Jerusalém Espiritual, onde seremos acolhidos por Deus, por Jesus e seus mensageiros para habitarmos na Sublime Morada por toda a eternidade.

 

O autor é escritor e orador espírita, membro da Academia Espírita de Letras do Estado de Goiás e da Academia de Letras de Goiânia. Autor do livro "Tratado dos Evangelhos".

maio | 2024

MATÉRIA DE CAPA

O Clarim – maio/2024

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