Julho | 2024

Lavras espíritas comprometidas

Rogério Coelho

rcoelho47@yahoo.com.br

As mídias que falam de Espiritismo necessitam de páginas compromissadas com Jesus, para consolo, instrução, alegria e paz das criaturas

 

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar” — Paulo (II Timóteo, 3:16).

Lançando uma vista-d’olhos nos periódicos espíritas que circulam por aí, salvo honrosas e muitas exceções, felizmente, vez por outra flagramos ainda a indignação de algum companheiro que se sentiu incomodado com certas publicações de conteúdo polêmico, que na verdade não deveriam existir, uma vez que nada edificam.

Ora, sendo o Espiritismo o Consolador prometido por Jesus, a leitura de um conteúdo espírita deve — necessariamente — ser portadora de um substrato também consolador, além de instrutivo! Ao terminar de ler um livro espírita ou um periódico espiritista amparado pela correção doutrinária, nossa alma deve sentir-se leve e refeita. Se isto não acontece, o autor do livro ou o articulista não estão refletindo o “espírito” da feição consoladora e emancipadora do Espiritismo.

Os chamados “temas polêmicos” hão de ter proscênios intestinos para virem à baila, ficando, portanto, naturalmente, a cargo dos órgãos competentes, congressos ou encontros promovidos para o levantamento e equacionamento feliz das pendências, onde as partes terão oportunidade de expor suas razões e o consenso, o denominador comum, virá.

As lavras espíritas devem — obrigatoriamente — estar comprometidas com Jesus e assim, consequentemente, expressarão somente a sua filosofia de vida, sua mansuetude, sua inteligência, sua concisão dentro da função regenerador-consoladora de corações de que está investido.

A verdade por si basta! O que é verdadeiro não precisa ser provado e permanece. O falso perece, cai por si mesmo...

Devemos, com toda firmeza possível, defender os princípios básicos da novel Doutrina Espírita. Mas, daí a alimentar longas e fastidiosas polêmicas nas páginas dos periódicos espíritas vai longa distância, pois assim procedendo, estaremos, na verdade, não só prestando um desserviço ao Espiritismo, mas também intranquilizando o nosso e os alheios corações.

Ora, sendo o Espiritismo o Consolador prometido por Jesus, a leitura de um conteúdo espírita deve — necessariamente — ser portadora de um substrato também consolador, além de instrutivo!

O nobre mentor André Luiz legou-nos, através da abendiçoada mediunidade de Chico Xavier, uma página de peregrina clareza no livro treze de sua série, denominado Conduta Espírita, autêntico “vade mecum” comportamental. Lemos as seguintes e judiciosas instruções no capítulo quinze, acerca do que deve ser a imprensa espírita:

“Escrever com simplicidade e clareza, concisão e objetividade, esforçando-se pela revisão severa e incessante, quanto ao fundo e à forma, de originais que devam ser entregues ao público. O patrimônio inestimável dos postulados espíritas está empenhado em nossas mãos.

“Empregar com parcimônia e discernimento a força da imprensa, não atacando pessoas e instituições, para que o escândalo e o estardalhaço não encontrem pasto em nossas fileiras. O comentário desairoso desencadeia perturbação.

“Selecionar atentamente os originais recebidos para publicações, em prosa e verso, de autores encarnados ou de origem mediúnica, segundo a correção que apresentarem quanto à essência doutrinária e à nobreza de linguagem. Sem o culto da pureza possível, não chegaremos à perfeição.

“Sistematicamente, despersonalizar ao máximo os conceitos e as colaborações, convergindo para Jesus e para o Espiritismo o interesse dos leitores. O personalismo estreito ensombra o serviço.

“Purificar, quando não se puder abolir, o teor dos anúncios comerciais e das notícias de caráter mundano. A imprensa espírita-cristã representa um veículo de disseminação da verdade e do bem.”

Portanto, em atenção às ponderadas advertências do Mentor Amigo, vamos enobrecer as páginas de nossa imprensa espírita com lavras comprometidas com Jesus para consolo, instrução, alegria e paz de milhares de corações que carpem suas dores em seus calvários existenciais.

Não coloquemos espinhos e cardos nos caminhos alheios, tampouco no nosso, já muitas vezes áspero e difícil por si só. Caminhemos em paz; na paz do Senhor, oferecendo luzes espirituais para iluminar as veredas dos irmãos da caminhada evolutiva.

Seja, pois, divinamente inspirada e proveitosa toda escritura.

 

O autor é escritor e palestrante espírita e reside em Manhuaçu, MG.

julho | 2024

MATÉRIA DE CAPA

O Clarim – julho/2024

Conteúdos espíritas devem trazer leveza e instrução

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