A maior caridade que podemos prestar ao Espiritismo é a sua divulgação
O espírita ante o Espiritismo
Rogério Coelho
rcoelho47@yahoo.com.br
A maior caridade que podemos prestar ao Espiritismo é a sua divulgação
“Não sejas incrédulo, mas fiel.” — Jesus. (Jo., 20:27.)
A exemplo das demais sociedades, os arraiais espiritistas são compostos de criaturas portadoras dos mais diferentes caracteres; e só a poder de muita vigilância, humildade, tolerância, paciência, inteligência e diplomacia se poderá manter a harmonia entre elementos tão heterogêneos.
“Um dos maiores obstáculos — observa Allan Kardec[1] — capazes de retardar a propagação da Doutrina Espírita seria a falta de unidade. Mas, dois elementos hão de concorrer para o progresso do Espiritismo: o estabelecimento teórico da Doutrina e os meios de popularizá-la.”
Conclui-se que o posicionamento ideal do espírita ante o Espiritismo é batalhar em prol da unificação e, todos irmanados, buscar divulgá-la.
Segundo Emmanuel[2], o venerando guia espiritual de Francisco Cândido Xavier, “(...) a maior caridade que podemos prestar ao Espiritismo é a sua divulgação”.
Conclui, ainda, o ínclito Mestre Lionês[3]: “(...) por grande, bela e justa que seja uma ideia, impossível é que desde o primeiro momento congregue todas as opiniões. Os conflitos que daí decorrem são consequência inevitável do movimento que se opera; eles são mesmo necessários para maior realce da verdade e convém se produzam desde logo, para que as ideias falsas prontamente sejam postas de lado. Os Espíritas que a esse respeito alimentassem qualquer temor podem ficar perfeitamente tranquilos, visto que todas as pretensões insuladas cairão, pela mesma força das coisas, diante do enorme e poderoso critério da concordância universal.
“Não será à opinião de um homem que se aliarão os outros, mas à voz unânime dos Espíritos; não será um homem, como não será qualquer outro, que fundará a ortodoxia espírita; tampouco será um Espírito que se venha impor a quem quer que seja: será à Universalidade do Ensino dos Espíritos que se comunicam em toda a Terra, obedecendo às ordens de Deus. Esse o caráter essencial da Doutrina Espírita; essa a sua força, a sua autoridade... Quis Deus que a Sua Lei assentasse em base inamovível e por isso não lhe deu por fundamento a cabeça frágil de um só.
“Diante de tão poderoso areópago, não se conhecem corrilhos, nem rivalidades ciosas, nem seitas, nem nações, é que virão quebrarem-se todas as oposições, todas as ambições, todas as pretensões à supremacia individual; é que nos quebraríamos nós mesmos, se quiséssemos substituir os seus decretos soberanos pelas nossas próprias ideias... Se uma opinião individual é verdadeira, apenas tem na balança o seu peso relativo; se é falsa, não pode prevalecer sobre todas as demais. Nesse imenso concurso, as individualidades se apagam, o que constitui novo insucesso para o orgulho humano.”
Se uma verdade nova for apresentada pela ciência, o Espiritismo a incorporará e, em vez de ser absorvida, absorverá.
Esclarece, ainda, o Singular Mestre Lionês[4]: “(...) para o objetivo providencial, portanto, é que devem tender todas as sociedades espíritas sérias, grupando todos os que se achem animados dos mesmos sentimentos. Então haverá união entre elas, simpatia, fraternidade, em vez de vão e pueril antagonismo, nascido do amor-próprio, mais de palavras do que de fatos; então elas serão fortes e poderosas, porque assentarão em inabalável poder cujo alicerce será o bem de todos; então serão respeitadas e imporão silêncio à zombaria tola, porque falarão em nome da moral evangélica, que todos respeitam. Essa a estrada pela qual temos procurado — com esforço — fazer que o Espiritismo enverede. A bandeira que desfraldamos bem alto é a do Espiritismo cristão humanitário, em torno da qual já temos a ventura de ver em todas as partes do globo, congregados tantos homens, por compreenderem que aí é que está a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem pública, o sinal de uma nova era para a humanidade.”
Será abençoado todo espírita que souber calar os pruridos do individualismo para que a obra não sofra danos, deixando-se conduzir pela “lei de amor que substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue a miséria social”.
Sejamos coerentes com Jesus e Kardec, certo de que “receberá a coroa da vida aquele que for fiel até à morte”[5].
- KARDEC, Allan. Obras póstumas. 25.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1990, 2ª parte — projeto 1868.
- XAVIER, Francisco Cândido. Estude e viva. 4.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978, cap. 40.
- KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 129.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009, Introdução.
- KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 71.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003, XXIX, item 348, 2ª parte.
- Apocalipse 2:10.
janeiro | 2021
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