O valor da vida
Nadjair Elias Abdala
orientadoreducacional@yahoo.com.br
A missão consiste em uma tarefa singela ou grandiosa, conforme a capacidade intelectual e moral do Espírito
Iniciamos com a seguinte reflexão. O que é a vida? Deus nos dá oportunidade de ser felizes? Temos destino? Estamos dispostos a aprender para evoluir? Estamos aqui de viagem? Como viver a vida sem passar por grandes turbulências, que afetam a convivência na família e na sociedade?
Conseguimos grandes conquistas desde que o planeta surgiu. Momentos maravilhosos, que transformaram a vida em sociedade, desde as técnicas arcaicas à tecnologia moderna e robusta.
Nossa evolução também foi grande, nos aspectos físicos e espirituais. Porém, continuamos atrasados na evolução moral, aspecto importantíssimo para alcançarmos o estágio maior no mundo espiritual.
A Doutrina Espírita nos ensina que a cada conquista na vida conseguimos ter equilíbrio no campo biopsicossocial. Essa conquista se realiza pela prática do bem.
Sabemos que a vida não é feita de supressas; somos fruto do passado, do presente, que refletirá na vida futura. Nossa felicidade depende do que fizemos e fazemos no processo evolutivo.
Em sua máxima, o Mestre Jesus nos ensinou que a felicidade consiste em fazer o próximo feliz; amar a todos sem distinção.
Diz Emmanuel em Religião dos Espíritos (17.ed. FEB), por meio da psicografia de Francisco Cândido Xavier: “Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião.
“Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais.
“Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância.
“Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam a guerra de nervos, em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinquência, erguem-se cárceres e fundem-se algemas, organiza-se o trabalho forçado e em algumas nações a própria lapidação de infelizes é praticada na rua, sem qualquer laivo de compaixão.
“Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza.
“Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.
“Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz.”
Com o passar do tempo, da nossa vivência, surgem dissabores, resultado de escolhas muitas vezes malfeitas. E nesse momento elas estão solicitando de nós as correções. Cada problema tem suas dificuldades para serem resolvidas e, assim, conseguirmos encarar as novas possibilidades para a sua devida reabilitação.
Neste sentido, o valor da vida sempre será o progresso espiritual, estejamos encarnados ou desencarnados. O instrumento utilizado para alcançarmos a evolução é a expiação, por meio da vida corporal, na qual acontece o processo de aprendizagem, passando da infância à vida adulta.
No decorrer de nossa existência, física ou espiritual, adquirimos diferentes graus evolutivos. Neste caso temos vários objetivos, entre eles cumprir uma missão, sofrer uma expiação ou colaborar com o mundo espiritual para que o Universo evolua.
A missão consiste em uma tarefa singela ou grandiosa, conforme a capacidade intelectual e moral do Espírito. A questão 132 de O Livro dos Espíritos traz:
“Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?” Resposta: “Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição. Para alguns é uma expiação, para outros é uma missão. Todavia, para alcançarem essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisto é que está a expiação. A encarnação tem também outro objetivo que é o de colocar o Espírito em condições de cumprir sua parte na obra da criação.”
Considerações da questão 133: “Aliás, as dificuldades da vida, frequentemente, são consequência da imperfeição do Espírito; quanto menos tenha de imperfeição, menos tem de tormentos.”
Portanto, nossa visão de mundo deve ser ampliada, com a intenção de reconhecer a importância de valorizar a vida. A existência carnal tem prazo de validade, visando sempre à evolução.
Neste contexto, devemos entender que somos frutos da produção do passado, e cabe a nós mesmos construir um mundo melhor, onde possamos viver em paz e, consequentemente, ampliar nosso raio de ação.
Não se valoriza a vida produzindo energias negativas que contaminem tanto o ambiente interno quanto o externo do seu corpo.
Somos responsáveis por tudo que possamos fazer de bom ou ruim, porém recebemos o reflexo dessa produção.
Não haverá maldade que dure eternamente. As dificuldades surgem pelas nossas escolhas, para diminuição dos débitos adquiridos no passado ou no presente.
Os tempos difíceis são momentos necessários para discernimento e exercício da reflexão, e quando outros problemas surgirem, possamos vivenciá-los com paciência e resolvê-los com atos salutares no caminho do bem.
- KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Salvador Gentile. 100.ed. Revisão de Elias Barbosa. Araras: IDE, 1996.
- XAVIER, Francisco Cândido. Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. 49.ed. Rio de Janeiro: FEB,1999. Cap. “Novo Amigo”.
- TEIXEIRA, José Raul. Para uso diário. Pelo Espírito Joanes. Niterói: Fráter, 2000.
julho | 2023
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