Observando o céu
Maroísa F. Pellegrini Baio
maroisafpb@gmail.com
O Espiritismo é uma doutrina que nos convida ao estudo incessante, não apenas de seus princípios, mas igualmente ao conhecimento de outras ciências
A observação do céu, numa noite estrelada, é prática pouco comum nos dias atuais. Crianças, jovens e adultos têm passado pela Terra sem voltar os olhos para o céu. O mundo material está repleto de atrativos de todo tipo, desviando a atenção das pessoas sobre questões relacionadas às maravilhas que a Natureza oferece. A concentração da população humana nos centros urbanos também dificulta a visualização do céu noturno devido à claridade provocada pelas luzes das cidades, o que contribui para a falta de interesse nessa área.
A Doutrina Espírita nos convida ao estudo incessante, não apenas de seus princípios, mas igualmente ao conhecimento de outras ciências, como fundamento para maior compreensão da grandeza divina e de sua criação.
Nesse contexto, a literatura espírita traz notícias sobre estrelas e planetas onde seus habitantes já atingiram um desenvolvimento espiritual mais avançado que a Terra.
Sendo este um tema bastante extenso, citaremos apenas algumas obras nas quais há referências sobre algumas dessas estrelas e planetas que podem ser facilmente observados a olho nu, especialmente na época do verão-outono, no Hemisfério Sul.
Estrelas
- Capela: citada no livro A caminho da luz, ditado pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, no capítulo 3:
“Nos mapas zodiacais, que os astrônomos terrestres compulsam em seus estudos, observa-se desenhada uma grande estrela na Constelação do Cocheiro, que recebeu, na Terra, o nome de Cabra ou Capela. Magnífico sol entre os astros que nos são mais vizinhos, ela, na sua trajetória pelo Infinito, faz-se acompanhar, igualmente, de sua família de mundos, cantando as glorias divinas no ilimitado. A sua luz gasta cerca de 42 anos-luz para chegar à face da Terra (...).”
Sobre Capela: seu nome significa “cabrita”; pertence à Constelação do Cocheiro (Auriga); tem cor amarelada e está a 42 anos-luz da Terra, sendo 150 vezes mais luminosa que o Sol; visível facilmente entre as constelações de Touro e Gêmeos, cintila no céu como um intenso pisca-pisca, surgindo na direção do norte geográfico, durante o verão.[1]
- Sirius: citada no livro Renúncia, ditado pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, no capítulo 1 (página 26 da 13ª edição, FEB). Durante o diálogo entre Alcíone, um Espírito altamente evangelizado, que não necessitava mais reencarnar na Terra devido ao grande progresso espiritual alcançado, e o orientador espiritual Antênio, aparece uma citação sobre essa estrela:
“— Anjo amigo, deliberei suplicar ao Senhor a permissão de voltar temporariamente às tarefas terrenas. (...)
“— Mas, teus trabalhos no sistema de Sirius? Não estás cooperando com os benfeitores da Arte terreal? Acredito não vir longe a época de serem levados ao mundo terreno os necessários elementos de inspiração, depois do resultado de tantos esforços para a solução de certos problemas do ritmo e da harmonia.(...)”
Sobre Sirius: seu nome significa “cintilante”; pertence à Constelação do Cão Maior; sua cor é branca, sendo 23 vezes mais luminosa que o Sol; está localizada a 8,7 anos-luz da Terra; é a estrela mais brilhante da noite, à direita das “Três Marias”.[1]
- Plêiades: citadas no livro Transição planetária, ditado pelo Espírito Manoel P. de Miranda, psicografado por Divaldo Pereira Franco, no capítulo 3. Nobre Espírito dirige-se a uma assembleia nas dimensões espirituais, da qual participava o autor espiritual:
“Representando a formosa esfera de amor que se encontra instalada numa das Plêiades, envolta em vibrações especiais constituídas de fótons que formam uma luminosidade em tons azuis, aqui estamos, atendendo à invitação do Sublime Governador do planeta terrestre (...)”
Sobre as Plêiades: o nome significa “bando de pombas” e estão localizadas a 380 anos-luz da Terra; é o aglomerado de estrelas mais brilhante em todo o céu, localizado na constelação de Touro, apresentando cor azul cintilante. Seis das estrelas nas Plêiades são visíveis sem o auxílio de telescópios, formando uma figura semelhante a um terço aberto.[1]
Magnitude do Universo
Diante de um céu estrelado nos damos conta de quão maravilhosa é a grandeza divina! Sendo assim, finalizamos recordando um trecho do poema Deus[2], de autoria do Prof. Eurípedes Barsanulfo (1880–1918), que não deixou de apontar o céu para seus alunos, em suas aulas de Astronomia, no Colégio Allan Kardec, na bucólica Sacramento, em Minas Gerais:
“O Universo é obra inteligentíssima, obra que transcende a mais genial inteligência humana. E, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do Universo é superior à toda inteligência. (...) Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, na formação das nebulosas, na origem dos mundos, na gênese dos sóis, no berço das humanidades; maravilha, no esplendor, no sublime do Infinito!...”
- 1. Disponível em http:// www.zenite.nu. Acessado em março de 2022.
- NOVELINO, Corina. Eurípedes, o homem e missão. 4.ed. Araras: IDE, 1981.
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