Julho | 2019

Palavra dita

Walkiria Lúcia de Araújo Cavalcante

walkiria.wlac@outlook.com

A principal função no messianato de Jesus foi a de educador de almas.

 

“Aquele que violar um destes menores mandamentos e que ensinar os homens a violá-los, será considerado como último no reino dos céus; mas, será grande no Reino dos Céus aquele que os cumprir e ensinar.” – (S. MATEUS, cap. V, v.19)

As palavras de Jesus são eternas, pois constituem a verdade. Elas nos trazem paz, tranquilidade, equilíbrio, estabilidade e nos dão a consciência nos passos para a realização dos objetivos na vida terrestre.

A principal função no messianato de Jesus foi a de educador de almas. Aqueles de nós que nos candidatamos a esse apostolado temos que ter a ciência do trabalho que estamos abraçando. Tendo como exemplo maior Jesus – e em sequência Kardec e Chico Xavier – depreendemos que quanto mais pura a mensagem chegar ao ponto final, após deixar a origem, melhor cumpriremos nosso papel.

Informação válida aos articulistas espíritas que versamos no papel nossos pensamentos, adornando-os com passagens evangélicas: muitas vezes, tirando uma frase de um contexto e não explicando o seu todo, poderemos induzir a um entendimento incorreto dos textos bíblicos. Por isso, todo cuidado é pouco na transcrição de algo. É preciso observar também qual tradução estamos utilizando, se ela é coerente com o texto original. São conselhos válidos, não dados por mim, mas ditos por confrades mais experientes e que reproduzimos.

E o que não dizer com relação aos médiuns, que recebem as informações através diretamente dos Espíritos?

“Vim a este mundo para exercer um juízo, a fim de que os que não veem vejam e os que veem se tornem cegos. – Alguns fariseus que estavam, com ele, ouvindo essas palavras, lhe perguntaram: Também nós, então, somos cegos? – Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecados; mas, agora, dizeis que vedes e é por isso que em vós permanece o vosso pecado.” (S. JOÃO, cap. IX, vv. 39 a 41)

Entendo pecado como um desvio de rota e trazendo como informação que esta passagem se encontra no capítulo XVIII, item 11, “Muito se pedirá àquele que muito recebeu”, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, vemos que os médiuns somos os primeiros a ter os olhos abertos pelas mensagens que chegam através da própria mediunidade.

Os mensageiros são criaturas que, ao transmitir suas dores, mostram-nos o caminho que devemos seguir. Se quisermos agir como fariseus, ricos em palavras, mas pobres em atitudes, acreditaremos que a mensagem foi exemplarmente trazida para um companheiro de reunião ou até para outro Espírito presente, mas nunca para nós. As histórias são carregadas de informações, mas principalmente são carregadas de emotividade. Não há como permanecermos passivos diante de tamanha carga emotiva. Somos impregnados e impregnamos a entidade de nossa emotividade também. Há uma troca.

Não nos é pedido perfeição no trabalho mediúnico, mas comprometimento com a verdade. Em O Livro dos Médiuns, item 220, pergunta 3ª, que fala da perda e da suspensão da mediunidade, verificamos que o compromisso do médium é com a melhora espiritual. Quando a criatura põe a mediunidade ao dispor de frivolidades, sejam elas: brincadeiras, adivinhações e assemelhados; de propósitos ambiciosos: recebimento de vantagens de forma direta ou indireta, os chamados “presentinhos”; ou mesmo quando se negam a transmitir as orientações trazidas (quando os orientadores espirituais do grupo mediúnico trazem explicações sofre fatos que estão em curso e que precisam ser realinhados com o norte da Doutrina Espírita), pode ocorrer o abandono do médium por parte do Espírito.

Temos também a responsabilidade de adquirir cultura, espírita e não espírita, abastecendo-nos de credibilidade sobre o que falamos. Não somos infalíveis e hoje as informações avançam de forma muito rápida, então não podemos correr o risco de fazer citações ultrapassadas ou inapropriadas nos artigos ou palestras que desenvolvemos. Mesmo os médiuns, ao se dizer que são instrumentos passivos diante da comunicação, afirma-se a docilidade e a afabilidade com que se empresta integralmente para a execução do fenômeno; somos partícipes, entretanto, da comunicação, por isso os Espíritos buscam em nossos arquivos mentais os subsídios que moldam as comunicações.

Há, porém, outro lado que vale ser destacado. Muito será pedido há quem muito foi dado, mas também “(...) àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância...” (Mateus, cap. 13, v 12). Nada mais justo que aquele que soube ser fiel aos ensinamentos e já desde o momento atual souber aproveitar das benesses recebidas possa viver na abundância. Abundância de conhecimento, de amor, de amparo dos amigos espirituais, da própria consciência tranquila por fazer o certo.

Quando executamos qualquer trabalho, seja no meio espírita ou fora dele, várias propostas nos são ofertadas. De acordo com a nossa opção, novas portas são abertas. Falando de mediunidade, quando nos credenciamos a um trabalho, há um tempo de adaptação, em primeiro lugar; depois, a própria espiritualidade nos encaminha a outros, se assim nos capacitarmos. Assim como ocorre nos trabalhos da vida de relação, com os vinculados à espiritualidade vamos adquirindo adaptação e afinação com a nova proposta assumida, associando-nos àqueles que pensam como nós.

janeiro | 2018

MATÉRIA DE CAPA

O Clarim – janeiro/2018

Na tarefa de divulgação do Espiritismo, é fundamental a preocupação com a pureza e a lisura da mensagem, evitando-se suposições.

Lista completa de matérias

 150 anos de “A Gênese”

 Não se turbe o vosso coração

 Notícias e eventos – Janeiro /2018

 Opiniões

 Arrependimento, expiação e reparação

 Namorar, ficar ou amar

 Palavra dita

 O Espírito é que vivifica

 Assuntos de gratidão

 Caminhos

 A prece

 Que queres que eu faça?

 2018: 150 anos de Cairbar Schutel