Racismo: a necessidade de sentir-se superior ao outro
Raymundo Rodrigues Espelho |
espelho@myhands.com.br
Toda discriminação é uma forma de violência.
Os noticiários com episódios de comentários racistas envolvendo normalmente pessoas conhecidas das mídias estão cada vez mais frequentes. Um dos últimos foi o ocorrido com a atriz Sheron Menezes (que interpretou a advogada Paula na novela Babilônia, da TV Globo), que recebeu comentários racistas em foto postada na internet no final do ano.
Discriminação racial é crime no Brasil, promulgada pela Lei Afonso Arinos, em 3 de julho de 1951. Segundo ela, todos os que negarem direitos iguais ou qualquer outra diferenciação quanto a traços físicos ou comportamentais, estarão sujeitos a penas, como multas e prisão.
Mas pelo que temos assistido, o risco de ser enquadrado nas formas da lei não tem sido suficiente para frear a ação indevida de pessoas que se comprazem com o desrespeito ao outro, numa verdadeira perversidade, uma vez que todo tipo de discriminação é uma forma de violência.
Quando lembramos que o maior irmão nosso, Jesus, fez questão de estar entre nós, trazendo-nos a grande lição do amor e do respeito mútuo há mais de dois mil anos, entendemos a nossa grande dificuldade, como humanidade, de interiorizarmos este aprendizado. Somos todos iguais, ainda que para muitos a cor da pele ou outro traço físico ou posição social represente indício de diferenças que justifiquem atitudes de humilhação daqueles que precisam provar para si mesmos que são superiores.
Na questão 829 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec esclarece bem um dos aspectos delicados desta questão, enfocando:
“Há homens que sejam, por natureza, destinados a serem de propriedade de outros homens? R. Toda sujeição absoluta de um homem a outro homem é contrária à lei de Deus. A escravidão é um abuso pela força e desaparecerá com o progresso, como desaparecerão, pouco a pouco, todos os abusos.”
E também nos traz:
“A sociedade poderia ser regida somente pelas leis naturais sem o recurso das leis humanas, se os homens as compreendessem bem e quisessem praticá-las; então, seriam suficientes. Progredir é modificar-se através do amor, do trabalho intenso, em um processo dinâmico; não é ficar indiferente às fragilidades próprias da condição humana (...). E despertar para a vida do Espírito, para a conscientização da responsabilidade individual, para a brevidade e finalidade da vida terrena, como simples instante de trabalho do ser em evolução, o qual deve aprimorar-se ao infinito. Em civilizações mais avançadas, as leis do amor e da caridade serão praticadas espontaneamente. A cupidez, egoísmo e orgulho não serão tão acentuados, pois as preocupações tenderão a ser mais de ordem moral do que material. Não serão tão expressivos os preconceitos de raça ou de cor, nem de castas, nem de nascimentos e, portanto, não haverá privilégios, já que tanto os últimos como os primeiros hão de ter os mesmos direitos e obrigações. Em tais povos, a justiça não será tão parcial: o fraco encontrará apoio no mais forte; as crenças e opiniões serão respeitadas.”
março | 2016
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O Clarim – março/2016
Superioridade não existe entre os seres humanos. Somos todos iguais, ainda que muitos relutem em aceitar tal fato.
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