Agosto | 2019

Seguidores do Cristo

Francisco Rebouças |

costareboucas@ig.com.br

Trabalhemos no sentido de modificar nosso modo de vivenciar os ensinamentos de Jesus, realizando tudo que estiver ao nosso alcance.

Como cristãos que dizemos ser, precisamos realmente assumir as atitudes de um verdadeiro discípulo do Cristo, agindo em concordância com os ensinos e exemplos praticados por ELE e registrados em seu Evangelho renovador.

  1. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?

“Jesus.”

Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.

“Quanto aos que, pretendendo instruir o homem na lei de Deus, o têm transviado, ensinando-lhe falsos princípios, isso aconteceu por haverem deixado que os dominassem sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos hão apresentado como leis divinas simples leis humanas estatuídas para servir às paixões e dominar os homens.”[1]

Quando repetimos a sublime afirmação constante da Oração Dominical que ELE nos ensinou: “Pai nosso que estais no céu”, precisamos entender que sendo Deus nosso Pai, não nos será possível transformá-lo em nosso servo particular, obrigado ao atendimento das nossas ilusões e caprichos.

Ser discípulo de Jesus é acolher SEUS inesquecíveis ensinamentos de submissão ao Criador, e estar atento para que realmente “seja feita a vossa vontade”, aceitando com equilíbrio e humildade suas determinações, sempre que nos sintamos contrariados na execução de pequeninos contratempos, que não favorecem os nossos mais fortes desejos.

Como fiéis discípulos do Cristo, necessário é que refaçamos com ELE a súplica ao Pai de Infinito Amor: “o pão de cada dia dai-nos hoje”, não solicitando egoisticamente o exclusivo atendimento às necessidades de saciar a fome apenas dos nossos familiares consanguíneos; preciso é que nos lembremos de solicitar também por milhares de mesas em todo o mundo, onde irmãos nossos desfalecem de fome, sem os devidos recursos para saciá-la.

No esforço de seguir com Cristo, não olvidemos a necessidade de entender os recursos da Soberana Justiça quando rogamos ao Pai: “perdoai as nossas dívidas”, porque para ter nossas dívidas perdoadas, também precisamos empreender o esforço imediato de deixar de cultivar aversões, malquerenças, mágoas e qualquer tipo de sentimento contrário à caridade e ao amor a Deus e ao próximo.

Na procura de melhorar moralmente, não deixemos de pedir a necessária ajuda a Deus, para nos fortalecer nos propósitos superiores e contar com o amparo do Cristo quando suplicarmos: “Não nos deixeis cair em tentação”, trabalhando com vontade e confiança para desenvolver de dentro para fora de nós mesmos os nobres sentimentos, combatendo os vícios e as más inclinações de que ainda somos portadores.

Conscientes de que, como tarefeiros do Cristo, somos também falíveis, roguemos “livrai-nos de todo mal” ao Todo Poderoso diante de injúrias e agressões de qualquer natureza contra nós dirigidas por um companheiro de caminhada evolutiva, mas tenhamos também o equilíbrio e a humildade de admitir que, em muitas oportunidades, temos sido instrumentos de angústia e infelicidade, de forma voluntária ou não, na vida de muitos de nossos semelhantes.

Dessa forma, se desejamos nos tornar verdadeiramente discípulos sinceros e dedicados do Mestre de Nazaré, não esqueçamos o resumo feito por ELE das Leis e dos Profetas quando afirmou ser preciso “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”, e trabalhemos com esmero e dedicação, na caridade ao necessitado, entendendo o próximo como alguém em dificuldades precisando de nossa compreensão e ajuda. Além disso, trabalhemos também no sentido de modificar nosso modo de vivenciar os ensinamentos de Jesus, não mais mantendo antigos interesses escusos sobre o que quer que seja, não olvidando o dever da fraternidade e da caridade, realizando o que esteja ao nosso alcance e ao nível de nossas possibilidades, para candidatarmo-nos a desfrutar os louros da alegria e da paz proporcionadas pela consciência tranquila do dever retamente cumprido.

“Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contrassenso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. E, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos”.[2]

Há muito temos negligenciado os esclarecimentos contidos no Consolador Prometido, e é justamente por essa razão que, na atualidade da vida, somos esses cristãos insossos, que ensinam sem crer e pregam sem praticar, trazendo um intelecto desenvolvido mas carregando um coração frio e amargo, transbordando indiferença.

Que Jesus nos guie e guarde hoje e sempre!

 

  1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. FEB, 76ª edição.
  2. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB, 112ª edição. Cap. VI, Item 3.

junho | 2016

MATÉRIA DE CAPA

O Clarim – junho/2016

Ser discípulo de Jesus é aceitar com equilíbrio e humildade seus ensinamentos, aplicando-os diariamente na vida cotidiana.

Lista completa de matérias

 Sexo e namoro

 Deus

 NOTÍCIAS E EVENTOS – Junho 2016 – O CLARIM

 Orgulho e humildade

 Esclarecimentos oportunos

 Seguidores do Cristo

 Sobre a reencarnação

 Sentimento e raciocínio

 Cultura espiritual

 Recomendação rejeitada

 Reunião mediúnica