Agosto | 2019

Por que muitos ainda não acreditam em Deus?

Fabio Alessio Romano Dionisi |

fabiodionisi@terra.com.br

A complexidade biológica do corpo físico e os mecanismos da justiça divina não abrem brecha para o acaso.

 

Mais um ano se iniciava. Como de costume, decidimos correr num parque da cidade. Lá chegando, algo nos chamou a atenção: nunca havíamos nos deparado com tantas pessoas apresentando problemas físicos. Na véspera, acabáramos de ler a excelente obra A face oculta da Medicina[1], do Dr. Paulo Cesar Fructuoso, que, entre outros assuntos, muito nos enriqueceu a respeito da formação do corpo humano. Como num lampejo, lembramo-nos de que apenas um gene anômalo é suficiente para gerar uma deformação, síndrome ou doença. Ato contínuo, recordamos de estatísticas, mencionadas no livro, que nos levaram a enxergar o corpo humano como mais uma prova indiscutível da existência de Deus. E é a partir destas duas reflexões, aparentemente sem ligação, que escrevemos este artigo, mormente para aqueles que ainda acreditam que o Universo é obra do acaso e/ou que duvidam da existência de Deus.

Comecemos coletando algumas informações da obra do Dr. Fructuoso.

As proteínas são as constituintes do corpo humano; tudo, incluindo o esqueleto, os músculos, a pele, os órgãos, os sistemas etc. Proteínas são moléculas muito longas, formadas por cadeias de elementos menores denominados aminoácidos. No corpo humano existem quase quarenta mil tipos de proteínas, todas constituídas a partir de apenas vinte tipos de aminoácidos! A forma como se encadeiam, a sequência, a disposição espacial e o número de aminoácidos em cada proteína são ditados pelo DNA, uma molécula maior existente no núcleo de cada uma de nossas células. O DNA também codifica uma segunda molécula, muito importante, chamada de RNA. Esta última desloca-se ao citoplasma celular, onde todas as nossas proteínas são então elaboradas, em um processo incrivelmente exato[1].

O DNA é constituído por segmentos denominados genes, que codificam cada uma de nossas proteínas, e que, por sua vez, são formados por milhares de unidades menores. No núcleo celular, os genes se acomodam ao longo de 23 estruturas, conhecidas como cromossomos[1].

Diante desta complexidade, como acreditar na obra do “acaso”?

Deixemos para um dos mais importantes pensadores franceses do século XX, o professor Jean Marie Pierre Guitton, responder a esta questão[2].

“Por que acaso certos átomos se aproximaram para formar as primeiras moléculas de aminoácidos? E por que acaso, sempre, essas moléculas se uniram para conduzir a esse edifício assustadoramente complexo que é o ácido desoxirribonucleico (DNA)? (...) E, por fim, quem elaborou os planos da primeira molécula de DNA, portadora da mensagem inicial que permitiu que a primeira célula viva se reproduzisse?”[3]

Não bastasse uma resposta que, embora qualitativa, seja suficiente para rechaçar a ideia de que o acaso tivesse conseguido reunir tais condições, Jean Guitton liquida qualquer pensamento contrário com dados quantitativos sobre a probabilidade estatística desta ocorrência, a partir dos estudos do professor Grichka Bogdanov, doutor em Semiologia e Física Teórica[2].

“Uma célula viva é composta por 20 aminoácidos que formam uma cadeia compacta. A função desses aminoácidos depende, por sua vez, de cerca de 2.000 enzimas específicas (...). Os biólogos foram levados a calcular qual a probabilidade de que um milhar de enzimas diferentes se aproxime de um modo ordenado até formar uma célula viva. (...) É da ordem de 101.000 contra uma.”[3]

Ao que conclui o professor ser esta uma chance nula...

Caros leitores, estamos aqui falando apenas na probabilidade de formar uma célula. Qual seria a probabilidade se extrapolássemos para a constituição de um corpo humano? E, indo além, sobre a possibilidade de um processo repetir-se por bilhões de vezes?

Não bastasse, o professor Bogdanov compartilha mais dados incríveis[2].

“Para que a agregação dos nucleotídeos conduzisse ‘por acaso’ à elaboração de uma molécula de RNA utilizável, teria sido preciso que a natureza [fizesse] (...) tentativas durante pelo menos 1015 anos, ou seja, durante 100.000 vezes mais tempo que a idade total do nosso Universo.”[3]

Acreditamos que estas informações sejam mais do suficiente para convencer que o acaso não é possível na criação. E de que deve existir Deus, uma vez que ninguém seria capaz de realizar tais proezas.

Agora, achamos oportuno abordar um ponto que possa ter suscitado dúvidas, mormente para os que desconhecem o Espiritismo: por que tantos problemas físicos, se Deus tem tamanha capacidade?

Tudo se explica pelas leis que regem este Universo. Nossas enfermidades, deformidades e limitações, em termos de origem, podem ser classificadas como: solicitadas para proteção, programadas para chamamento espiritual, provocadas em outras reencarnações, inevitáveis, geradas nesta reencarnação, e compulsórias[4][5].

Quanto à primeira, deixaremos Emmanuel explicar: “Antes da reencarnação, nós mesmos, em plenitude de responsabilidade, analisamos os pontos vulneráveis da própria alma, advogando em nosso próprio favor a concessão dos impedimentos físicos que, em tempo certo, nos imunizem, ante a possibilidade de reincidência nos erros em que estamos incursos”[5].

As de chamamento espiritual são aquelas que o espírito solicita, ao assumir um compromisso espiritual antes de reencarnar, para servir de chamamento para a tarefa espiritual, ou para que desperte para a sua realidade espiritual, evitando que fique demasiadamente preso nas malhas da matéria.

As doenças provocadas em outras encarnações são oriundas da Lei da Ação e Reação, uma vez que somos herdeiros de nossas ações pretéritas. O carma ou “conta do destino criada por nós mesmos” está impresso no corpo causal (sede da memória integral). Estes registros fluem para os demais corpos, determinando o equilíbrio ou o desequilíbrio dos campos vitais e físicos. Desequilíbrio do sexo; que causa inibições genésicas; cansaço precoce; distrofia muscular; epilepsia; câncer; gula, com suas consequentes ulcerações e gastralgias; alcoolismo, gerando loucura ou idiotia; maledicência, calúnia e injúria, refletindo-se em surdez, mudez, problemas oculares e distonias correlatas[5].

Há problemas que são inevitáveis devidos às lesões provocadas. Por exemplo, aquelas que se verificam no suicídio ou na delinquência, prejudicando o corpo espiritual. Ele fica tão lesado que não funciona corretamente em seu papel de MOB (Modelo Organizacional Biológico). Daí as disfunções físicas: mutilações dolorosas, defeitos, moléstias congênitas, cérebros retardados, moléstias nervosas obscuras etc.

Também encontramos as doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina. Em geral, são típicas nas criaturas que trazem as provações da idiotia, loucura, cegueira ou paralisia irreversível. Com o objetivo da internação compulsória daqueles que fizeram jus a semelhantes recursos drásticos da Lei; muitas vezes, visando proteger o próprio criminoso.

Obviamente, neste momento, não são poucos os que se questionam: existem doenças hereditárias? Duas frases de Emmanuel ajudam na resposta[5]: “Os genes são influenciados pelas forças mentais do Espírito que se prepara para reencarnar” e “Os genes são combinados em ‘composições especiais’ ou ‘frases específicas’, compostas de acordo com as características vibratórias do Espírito reencarnante”. Portanto, estamos sim sujeitos a hereditariedade, entretanto, quando temos atenuantes, seus fatores adversos podem ser amenizados ou até mesmo eliminados.

Agora podemos entender porque esta máquina maravilhosa, criada por Deus, pode falhar. Sempre por nossa causa; jamais por conta de imperfeições nas Leis Divinas.

 

  1. FRUCTUOSO, Paulo Cesar. A face oculta da Medicina. 2. ed. Rio de Janeiro: Lar de Frei Luiz, 2015. p. 38-39.
  2. apud FRUCTUOSO, Paulo Cesar. A face oculta da Medicina. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Lar de Frei Luiz, 2015. p. 135-136.
  3. GUITTON, J. M. P. Deus e a ciência. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1991.
  4. DIONISI, Fabio. Medicina do além. Um presente de Jesus para a humanidade. 1. ed. 3. reimpressão. Ribeirão Pires: Editora Dionisi, 2014.
  5. XAVIER, Francisco Cândido. Leis de amor. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, 1953.

março | 2017

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