Agosto | 2019

Problema e solução

Marcus De Mario |

marcusdemario@gmail.com

Como enfrentar as dificuldades? Pare, repare em si mesmo, respire, reflita e resolva.

 

Todos nós, os viventes neste mundo de expiações e provas, temos problemas e dificuldades a resolver, que às vezes exigem mais e outras vezes são apenas questões do dia a dia. A pergunta que devemos fazer é: como melhor resolver os problemas e dificuldades? Vamos refletir para buscar a melhor resposta, o melhor caminho, a partir de uma técnica ensinada pelo psicólogo norte-americano Daniel Goleman, autor do livro Inteligência Emocional.

O primeiro passo é admitir para si mesmo a existência do problema. Fingir que ele não existe é apenas empurrá-lo para frente, pois haverá hora em que teremos de encará-lo e resolvê-lo, e ele poderá estar mais agravado, mais complicado, justamente porque não quisemos encará-lo quando era o momento para isso. A recomendação é que, diante de um problema, façamos uma pausa, ou seja, parar diante do problema para pensar, refletir, sem ação precipitada. Esse primeiro passo recebe a letra “P” de parar.

O segundo passo recomendado é também conhecido como 1R, que significa reparar em si mesmo, olhar para si, para perceber os próprios pensamentos e atitudes, pois até certo ponto temos parte no problema, que pode ter surgido por nossa própria culpa, ou seja, podemos ser os causadores do que agora está nos atingindo e afligindo. É hora também de verificar as próprias possibilidades, as próprias forças para encarar o problema.

Temos então o terceiro passo, importante para a resolução de qualquer problema. Já paramos e reparamos em nós mesmos, agora é a hora de respirar, isso mesmo, respirar profundamente para colocar os pensamentos em ordem, relaxar a musculatura e dar um tempo para não agir com precipitação. É o 2R, de respirar.

Vamos ao quarto passo. Para um problema podemos ter várias soluções. Qual é a melhor? Para uma tomada de decisão temos que listar todas as possibilidades, medir as consequências de cada uma e, refletindo bastante, escolher a que vamos colocar em prática. Estamos na fase do 3R, de refletir.

Finalmente, chegamos ao último passo. Já estamos conscientes do problema e paramos para não agir sem pensar, reparamos em nós mesmos, respiramos com calma, refletimos muito sobre o que seria melhor fazer, agora é a hora de colocar em ação a solução escolhida para resolver o problema, ou seja, é o 4R, de resolver. É a ordem que devemos dar a nós mesmos: vá lá e resolva!

Com os ensinos espíritas essa técnica do 1P e 4R ganha ainda maior dimensão, pois não vivemos apenas o aqui e agora. Somos espíritos imortais e trazemos um planejamento reencarnatório onde se inserem os desafios existenciais, tanto para reparar o passado – o que fizemos de errado em existências anteriores – quanto para nos testar e alavancar nosso progresso intelectual e moral. Nesse contexto o Espiritismo nos faz entender que dificuldades e problemas ainda fazem parte do viver aqui na Terra, pois todos estamos no patamar de espíritos imperfeitos, vivendo numa sociedade que está longe da plena aplicação do amai-vos uns aos outros.

Quando “perdemos” a calma diante de um problema, reagindo com desequilíbrio emocional, com impulsividade desmedida ou mesmo com violência, não estamos apenas complicando nossa vida terrena, estamos inserindo um débito em nossa ficha espiritual, pois a lei divina funciona como lei de consequências. A cada um é dado segundo suas obras, ou seja, segundo o que faz e a intenção com que fez, podendo levar o problema, agora agravado, para depois da morte, para o mundo espiritual.

Disse-nos Jesus que o mundo será dos brandos e pacíficos, e não dos nervosos e violentos. Ele está se referindo ao futuro da humanidade, quando o mundo será de regeneração, momento em que o bem predominará sobre o mal. Para estarmos entre aqueles que habitarão a Terra nesse novo grau de evolução, precisamos parar para rever pensamentos e posturas. Precisamos perceber quem somos, almas imortais destinadas à felicidade, à perfeição. Precisamos saber respirar para controle de nós mesmos. Precisamos aprender a refletir sobre as situações, suas causas e possíveis soluções, inclusive meditando sobre as consequências de cada ação possível de ser implementada. E precisamos não adiar mais a solução, colocando em prática aquela que consideremos a melhor para resolver o problema.

Tudo isso pode ser resumido num conceito bem desenvolvido pelo Espiritismo: conhecimento de si mesmo. É o processo de autoeducação, quando descobrimos nosso potencial divino e passamos a vibrar na energia do amor, respeitando o próximo, compreendendo-o e trabalhando pelo bem comum.

Todo problema tem solução, não importa que esteja vindo de um passado remoto. Se tivermos calma, se soubermos refletir e medir as consequências de cada ação possível, se dermos campo para receber as boas inspirações espirituais, decerto conseguiremos agir com acerto para a resolução do problema, ainda mais se tudo for feito com amor a nós mesmos, ao próximo e, por consequência, a Deus.

junho | 2017

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RIE – junho/2017

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