Fevereiro | 2024

Saúde mental e afeto

Martha Rios Guimarães

marthinharg@yahoo.com.br

A saúde mental e emocional das crianças é uma preocupação crescente na sociedade atual. Diante dos desafios e pressões enfrentados na infância, é fundamental oferecer ferramentas e abordagens que promovam o equilíbrio e o bem-estar emocional.

Nesse sentido, a Doutrina Espírita, por meio do trabalho de educação espírita infantojuvenil, desempenha um papel significativo, proporcionando base sólida para o desenvolvimento saudável da mente e das emoções das crianças.

Existem vários motivos para essa contribuição, começando pelo fato de que o Espiritismo reconhece as crianças como seres espirituais em evolução, com uma essência imortal. Esta perspectiva as ajuda a compreender que a vida vai além das experiências materiais, promovendo um senso de propósito e conexão com algo maior.

A educação espírita voltada aos mais novos também enfatiza a importância de princípios éticos e morais, como amor, verdade, justiça e solidariedade. Ao aprender e praticar esses valores, as crianças desenvolvem uma consciência moral e um senso de responsabilidade para com os outros e o mundo ao seu redor. Esta base ética as auxilia a tomar decisões conscientes e a cultivar relacionamentos positivos — inclusive no próprio centro espírita.

Outro ponto que colabora com a saúde mental vem do estímulo a se conhecerem melhor, desenvolvendo habilidades e talentos únicos, e da prática da prece como uma das formas de cultivar a calma interior, reduzir o estresse e fortalecer a resiliência emocional.

Compreender a lei de causa e efeito também é muito importante, ajudando os menores a perceber que suas ações têm consequências, incentivando-as a tomar decisões responsáveis e conscientes.

Além disso, a educação espírita infantojuvenil oferece uma base para encontrarem conforto e esperança em momentos de adversidades, auxiliando-os a lidar com os desafios de maneira mais positiva e construtiva. Até mesmo a convivência com os amigos e com os educadores espíritas, construindo relacionamentos positivos, influencia o bem-estar do público infantojuvenil, que passa a contar com pessoas de sua confiança para desabafar e buscar apoio em momentos sensíveis.

Pelos motivos aqui expostos, fica claro que o conhecimento espírita tem papel relevante na promoção da saúde mental e emocional das crianças, fornecendo ferramentas para que os menores possam fazer escolhas melhores e, assim, ter uma jornada mais equilibrada e feliz. São capazes de enfrentar momentos de adversidade com mais tranquilidade.

Mas, para isso, é necessário que o trabalho infantojuvenil seja planejado cuidadosamente e que a equipe esteja preparada para oferecer os ensinamentos espíritas e acolher os pequenos, sempre que eles precisarem de nosso apoio. Ou, ainda, buscar ajuda de outros profissionais, caso os educadores espíritas entendam que não têm capacidade de atender adequadamente a determinadas situações.

Em outras palavras, é preciso que a equipe de tarefeiros estude continuamente os princípios doutrinários e se mantenha atualizada em relação a temas importantes (como a saúde mental, citada aqui). Também é desejável que tenha uma rede de contatos com profissionais de áreas variadas, que possam ser acionados em caso de necessidades específicas, e igualmente essencial é manter proximidade com os pais e responsáveis, coletando informações sobre cada educando, conversando com eles sempre que identificada alguma mudança na criança ou, simplesmente, ouvindo-os.

Quando aceitamos atuar na infância espírita temos duas escolhas. A primeira delas é estar presente na casa espírita e cumprir a tarefa de forma correta, sem grandes envolvimentos. A outra é ir além, sendo companheiros de caminhada das crianças que chegam até nós e construindo laços verdadeiros de amizade e afeto.

Esta segunda opção exige mais do nosso tempo e empenho, dá mais trabalho e, por vezes, nos coloca diante de situações complexas. No entanto, proporciona um resultado muito mais profundo. Mais do que alguém que ensina a mensagem espírita aos educandos, nos transformamos em amigos prontos para ouvir, acolher, secar lágrimas ou sorrir com eles.

Eu escolhi a segunda opção e, até hoje, só tenho motivos para comemorar essa decisão.

fevereiro | 2024

MATÉRIA DE CAPA

RIE – fevereiro/2024

Educação espírita: base para o desenvolvimento saudável das crianças

Lista completa de matérias

 A um ano do centenário

 Carta ao Leitor – fevereiro/2024

 As pequenas grandes coisas

 Meditar sob a óptica espírita é buscar o aprendizado que liberta – Entrevista com Marco Antonio Mazzeu

 Intercâmbio internacional

 Polêmicas construtivas

 Na linha do pênalti

 Evidências da continuidade da vida

 Estudo do perispírito (parte II)

 Saudade

 Perturbação espiritual

 Todos os povos serão irmãos

 Por que tenho de fazer o bem?

 O que é Espiritismo

 Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei

 De Darwin a Kardec — uma rápida abordagem

 O triunfo da verdade

 O Pai celeste — Deus eternamente presente

 Visitas de Espíritos

 Homossexualidade e reencarnação (parte 2)

 Princípios ético-morais na atualidade

 Criaturas arbóreas extraordinárias em Theta Orionis, elementais e palingenesia

 19º ENLIHPE recebe inscrições até meados de março

 Saúde mental e afeto